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Mostrando postagens de 2010

A Raposa

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Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada. Sistematicamente, os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: -Lenhador, abra os olhos! -A raposa vai comer seu filho. -Quando ela sentir fome vai devorar seu filho! Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma m

A montanha desce a Maomé

Finalmente, no Rio de Janeiro encontraram a solução para ensinar matemática, a base teórica é de Vigotski com apoio básico de Paulo Freire: o educando deve partir de sua base de conhecimentos, ser confrontado com sua história e, com a ajuda do professor, o grande mediador (nunca o que ensina), desvelar o mundo em que vive e superar criticamente os velhos conceitos e chegar a ser sujeito de sua própria história (sabe-se lá o que quer dizer isto!). Outrossim, o grande drama da avaliação acaba. Podemos copiar a ideia. Este exame mostra como os docentes devem se adaptar aos tempos atuais para cativar a atenção dos alunos. Prova de matemática Nome do aluno:________________________ ______________________ NOTA: _____  Facção a qual pertence:_____________________ __________________ Turno:_____________ QUESTÕES 1.) Zarôio tem um fuzil AK-47 com carregador de 80 balas. Em cada rajada o Zarôio gasta 13 balas. Quantas rajadas poderá disparar até descarregar a arma? (1.0 Ponto) R:

Papo de maluco

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“Sou classe média, anulo meu voto desde que tirei o título de eleitor e não me iludo com a falsa democracia que aí está. Não sou puxa-saco, tenho ficha limpa, pago meus impostos em dia e faço valer o meu direito de expressão.” Aquele estranho disse isso numa velocidade e melodia que me lembraram um repente nordestino. Só que sussurrado. Não tive escolha. Parei para ouvir aquele magricelo com cavanhaque e cabelos ripongos. Usava uma camiseta com uma bandeira do Brasil sendo engolida por devastadores ambientais. Eu havia acabado de sair da zona eleitoral de Copacabana onde acompanhei a votação de um dos candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Aquela figura que lembrava um Don Quixote hippie desandou a falar como se estivesse sendo perseguido por conspiradores. “Acho que chegou num limite. Não dá mais para esperar a reforma política. É o que percebo após tantas celebridades toscas eleitas para as boquinhas nas assembléias legislativas e no Congresso Nacional. Não é a toa que a

O Rádio III

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Sabe aquela sensação de encontrar uma cédula de dinheiro perdida no bolso de uma roupa aposentada no armário? Foi mais ou menos o que senti ao reencontrar minha primeira revistinha de eletrônica, oculta inadvertidamente durante muitos anos, entre velhos livros de filosofia. Além da boa surpresa, encontrei certa lógica neste acaso. Daqui a pouco explico esse “insight”. Pois a tal revistinha fazia parte de uma coleção lançada nos anos 80 pela “Editora Saber”. Trazia o título “Experiências e Brincadeiras Com Eletrônica.”  O autor era Nilton C. Braga .  Muitas vezes aproveitei o troco do pão para investir naquele conhecimento. Desfolhei a antiga revista e encontrei projetos “sensacionais” como as pilhas feitas com limão ou moedas.  Imagine só, poder montar em casa, com meia dúzia de peças, um “timer” que utilizava o então moderníssimo circuito integrado. Uau! Mal comparando é como se hoje, um garoto de 14 anos tivesse nas mãos as peças e o passo-a-passo para montar em casa um iPad.   N

O rádio II

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Eu estava decidido a entrar para uma Rádio. Mas antes disso, entrei para "o" rádio. Literalmente. Alguns valvulados antigos eram do tamanho de um fogão e certamente comportavam uma pessoa de estatura mediana como eu. Julho de 1982. Rolava a bola na copa do mundo da Espanha. Eu estava no período de férias escolares. Na época os ensinamentos recebidos da família e dos professores seguiam uma cartilha de idéias radicais. Não havia meio termo. Por certo, uma influência da ditadura na qual ainda vivíamos e que não tardaria a aposentar o chumbo e o chicote. O mundo estava dividido entre comunistas e capitalistas. A Alemanha separada por um muro. A guerra fria cada vez mais quente. Eu, pré-adolescente, não tinha a dimensão dos "apartheids" raciais e sociais muito além do horizonte em meu universo interiorano.  Naqueles dias de eletrônica analógica, eu vagava pela casa em busca de alguma sarna para me coçar. Cavoquei na caixa de ferramentas que meu pai guardava no sótão

O Rádio

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Nunca vou esquecer a emoção que senti ao ouvir pela primeira vez o som estéreo do rádio sintonizado numa emissora FM. Com um fone em cada ouvido, minha percepção sonora mergulhava num universo diferente, de novas sensações prazerosas. Que magia era aquela que permitia ouvir uma música dividida em duas, dentro da cabeça? Vozes e instrumentos que até então se concentravam no meio dos olhos, como se todos os músicos, tocassem num palco imaginário de um metro quadrado, bem a minha frente! -Ah... Agora com a FM estéreo, a claustrofobia a que fui acostumado pelo som monoaural das rádios de ondas médias, estaria com os segundos contados, pensei. Os anos setenta haviam chegado ao fim. A nova década surgia com inovadoras tecnologias. Eu tinha 12 anos e já não achava graça em ouvir música nas rádios OM com aquele som chiado, sem graves e agudos, saturado de freqüências médias. Além disso, o rádio FM possuía uma luzinha vermelha, que se acendia quando a sintonia fina captava a freqüência exata

Entardecer no Pampa III

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RAIOS DE FEITIÇO ENLACE DE MAGIA SINGELO ENTARDECER INSPIRANDO FANTASIA PAISAGEM DIVINA MESCLA DE CORES DESLUMBRE DA SINA VERGANDO SENHORES RITUAL DE PARTIDA SILÊNCIO NA TRILHA REPOUSO INFINITO NO CATRE COXILHA MAIS UM PÔR-DE-SOL NO HORIZONTE UM LAMENTO GIRASSÓIS DE SAUDADE E UMA LÁGRIMA AO VENTO.

Entardecer no Pampa II

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OCASO DOURADO CALOR DOS BRAZEIROS CARÍCIA SONHADA POR RUDES CAMPEIROS

Entardecer no Pampa I

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DEUS DE FOGO DEMÔNIO DE LUZ SEGREDOS DO ALÉM CENTRADOS NA CRUZ

Verdades no azulejo

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DIVAGAÇÕES SOBRE O ORGULHO E A VAIDADE

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O orgulho é cego aos próprios erros. Telescópico às falhas alheias. Surdo às desculpas. Mudo em perdão. Não se toca. É fonte de egoísmo, presunção, arrogância, indiferença.   A vaidade é o orgulho maquiado, travestido, “botoximizado”, com bico de pato. É o centro do palco. O aplauso. O flash. O close. A manchete. A capa. A primeira página. A vantagem. A ostentação. A auto-estima no Everest. Mas a vaidade é mundana. Depravada. Lasciva. Ela também se entrega com máscara e fantasia aos deserdados do orgulho. Ao iludido. Ao rejeitado. Ao solitário. Ao miserável. Ao perecível. Ao efêmero. Ao sem noção. À baixa-estima. Ao tonto poderoso. Ao torto no Photoshop. Orgulho e vaidade não são herméticos nem blindados. Quando desmascarados, invadidos, assaltados; reagem ferozes, durante milênios. Um dia, vencidos, cansados, fecham-se em crisálidas, lado a lado. Na clausura da metamorfose, retomam força e poder.  No romper do casulo, os seculares parceiros se veem presos num só corpo, siameses,

Ocaso dos acasos...

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O crepúsculo em meio a solidão do mar é encantador. Raras são as oportunidades da vida em que podemos parar e contemplar o magnífico entardecer, em algum lugar distante da (in)civilização. Numa viagem recente de navio, até a Ilha da Trindade, o ponto mais oriental do Brasil, a 1200 km da costa, não perdi a chance de ir ao convés e apreciar o deslumbramento do ocaso. E fiz isso durante os nove dias em que estive embarcado.  As fotos deste post são instantes daquelas paisagens mágicas pintadas pelo Criador, no meio do Oceano Atlântico. Um espetáculo seleto para poucos observadores naquele local e momento.

É pau, é pedra é o fim do caminho...

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                                           Grãos de areia ampliados São as águas de março fechando o verão... Atrasadíssimas. Exageradas. Por certo o Manda-Chuva do Céu tem seus motivos. O temporal foi gota d’água que transbordou a barragem dos nossos merecimentos trágicos. Os governantes eleitos por nossa maioria sofrem de uma incapacidade congênita e coletiva de dizer “não ” para o errado. Aprovam e incentivam as ocupações irregulares nos morros, os puxadinhos na favela, o descontrole da natalidade, os projetos mentirosos e politiqueiros que prometem melhorias na vida das famílias de baixa renda. São estes mesmos governantes, que por ignorância ou omissão estimulam a cobrança de propina por parte dos fiscais diante das irregularidades a serem combatidas.  Isso vale para qualquer serviço público ou área de risco. Aprenderam isso com as velhas raposas da “polititica” nacional e repassam aos filhos, numa intenção de perpetuar o sistema atrasado, corrupto e desumano que aí está.

ATITUDE É TUDO

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 A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país. Isto pode ser demonstrado por países como Índia e  Egito, que tem mais de 2000 anos e são pobres. Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos. A diferença entre países pobres e ricos também não  reside nos recursos  naturais disponíveis. O Japão possui um território limitado, 80%  montanhoso e inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. O país é como uma imensa fábrica flutuante, importando  matéria-prima do mundo todo e exportando produtos manufaturados. Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau, mas  tem o melhor chocolate o mundo. Em seu pequeno território cria animais e  cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, fabrica laticínios da melhor qualidade. É um país pequeno que passa uma imagem de  segurança, ordem e trabalho, o que o transformou na caixa forte do  m

A EFEMERIDADE DA ESTÉTICA

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A VÍRGULA DA ABI

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Nestes tempos de exclamações fúteis... Pontos de interrogação multiplicados... Erros distantes de um ponto final... Convido a rever o institucional da ABI sobre a importância das pausas em nossa linguagem.  Vírgula pode ser uma pausa... ou não.  Não, espere.  Não espere..  Ela pode sumir com seu dinheiro.  23,4.  2,34.  Pode criar heróis..  Isso só, ele resolve.  Isso só ele resolve.  Ela pode ser a solução.  Vamos perder, nada foi resolvido.  Vamos perder nada, foi resolvido.  A vírgula muda uma opinião.  Não queremos saber.  Não, queremos saber.  A vírgula pode condenar ou salvar.  Não tenha clemência!  Não, tenha clemência!  Uma vírgula muda tudo.  ABI: 102 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação. VEJA O VIDEO:  http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0

Como sói acontecer

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Bordão, chavão, máxima, adágio, chapa, clichê, estribilho, refrão... Metáforas populescas, frases de efeito repetitivo que perseguem nossa linguagem cotidiana escrita ou falada. Causa e consequência da falta de criatividade e sobra de comodismo no ato de comunicar. E por aí vai... Na cobertura jornalística dos recentes desastres em Angra dos Reis, os repórteres voltaram a abusar de dois clichês não só gastos, mas redundantes. Nas transmissões de boletins ao vivo pela TV foi comum ouvir o lendário: "Estamos aqui..." Claro! Se "estamos" não pode ser em outro lugar senão "aqui". Outro bordão que nenhum editor-chefe parece se importar em corrigir é "cães farejadores". Exemplo: "A polícia utilizou cães farejadores para tentar encontrar os corpos". Pleonasmo terrível como "chuva molhada" ou "sol quente". Melhor dizer " cães treinados". Esses bordões estão sempre na ponta da língua (ops!), ainda mais na dos jor

NÃO REELEJA

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