Como sói acontecer
Bordão, chavão, máxima, adágio, chapa, clichê, estribilho, refrão... Metáforas populescas, frases de efeito repetitivo que perseguem nossa linguagem cotidiana escrita ou falada. Causa e consequência da falta de criatividade e sobra de comodismo no ato de comunicar. E por aí vai... Na cobertura jornalística dos recentes desastres em Angra dos Reis, os repórteres voltaram a abusar de dois clichês não só gastos, mas redundantes.
Nas transmissões de boletins ao vivo pela TV foi comum ouvir o lendário: "Estamos aqui..."
Claro! Se "estamos" não pode ser em outro lugar senão "aqui".
Outro bordão que nenhum editor-chefe parece se importar em corrigir é "cães farejadores".
Exemplo: "A polícia utilizou cães farejadores para tentar encontrar os corpos".
Pleonasmo terrível como "chuva molhada" ou "sol quente". Melhor dizer " cães treinados".
Esses bordões estão sempre na ponta da língua (ops!), ainda mais na dos jornalistas de TV ou rádio, que costumam recorrer a este simples recurso para fazer associações entre texto e imagem. É quase irresistível, diante do poder sintético da TV, principalmente as mais populescas.
Outro lugar-comum é o "com certeza". Expressão que a jornalista Leda Nagle timbrou nos anos oitenta, ao encerrar o telejornal que apresentava. Quantas vezes você já ouviu essa famigerada expressão hoje? Ainda não? Pois vai ouvir, talvez disfarçada nas variantes "com cerveja" ou "com cereja"!
Como detesto lugar-comum, dei-me de presente nesse natal o livro O Pai dos Burros, do jornalista Humberto Werneck. Um dicionário com milhares de frases que saem automaticamente, alheias a nossa percepção e que merecem ser evitadas... Certamente e com certeza!
A-do-rei!!!!! Inclua também o cacófato que faz sucesso entre os repórteres de tv: "não é tarefa fácil"...argh!!!!! Feliz 2010!!!! Beijos!
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