Este belo iate atracado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, ao lado do Lady Laura IV, do cantor Roberto Carlos, é uma dos mais luxuosos do mundo. Não tanto quanto o do Rei, mas parecido. Brinquedinho de outro artista? Certamente. O iate é de um ilusionista. Pertence ao empresário José Isaac Peres, presidente da Multiplan - dona de 13 shopping centers em todo o Brasil. A lancha tem trinta e um metros de comprimento. Modelo Azimut 105 . Uma nova custa cerca de 16,5 milhões de reais. Não tenho dúvida de que tal jóia dos mares foi comprada com a nossa compulsória contribuição. Sim, nós motoristas que pagamos o abusivo valor de estacionamento nos centros comerciais do grupo. Um breve cálculo revela a facilidade com que o dono do negócio acumula a montanha de dinheiro necessária para comprar o iate. Diariamente, 20 mil carros circulam pelo estacionamento do Barra Shopping, no Rio de Janeiro. É só calcular... Dá 120 m...
O atrito é fundamental no processo de aprendizagem sobre a vida. Sempre recordo a lição sobre isso que obtive com um antigo garimpeiro no Chapada Diamantina, no interior da Bahia. O garimpeiro era um senhor octogenário. Entrevistei-o durante uma reportagem sobre o ciclo do diamante na região, importante capítulo da história do roubo da riqueza mineral brasileira no século XVIII e que atraiu milhares de aventureiros em busca de fortuna. Franzino. Coluna arcada. Passos lentos e as velhas bateias nas mãos. Todas as semanas o velho garimpeiro recebia a visita de estudantes de escolas públicas e demonstrava o extinto ofício de garimpar diamante nos córregos dos rios. No auge da extração, as pequenas pedras preciosas brotavam nas margens, carreadas pela correnteza que descia dos nascedouros entre as montanhas. Apesar da idade avançada, o velho garimpeiro ainda enxergava bem e era capaz de surpreender o pequeno público de alunos com o olhar apurado de antes. O velho retirava cinc...
Minhas idas ao Rio Grande do Sul são rápidas, como guinadas de lambaris na sanga. Não duram mais do que dez dias, mas muito me alegram. Procuro cumprir esta revisita uma vez por ano. Na ponta do lápis... Na verdade, ainda calculo de cabeça... Somando os dias de estada nos últimos 16 anos, minha permanência acumulada em solo gaúcho não alcança seis meses. É muito pouco tempo para rever todos os amigos, ouvir com paciência sobre suas vidas, ir aos bailes gaudérios, fartar-me de arroz de carreteiro, galetos ao primo canto e churrasqueadas de carne fresca nos braseiros. Os dias disparam como potros na cancha reta. Sempre sobra algo por fazer. Provar a cachaça-de-butiá do último verão, catar as uvas Santa Isabel da parreira herdada da vovó; reunir os parceiros poetas, cantores, violeiros, gaiteiros... Quem sabe ter mais alguns dias para realizar um antigo desejo: Reculutar os parceiros de festivais de música nativista, tocar violão e cantar milongas, chamamés, charcareras, galopas... Os mi...
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