Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2010

O Rádio III

Imagem
Sabe aquela sensação de encontrar uma cédula de dinheiro perdida no bolso de uma roupa aposentada no armário? Foi mais ou menos o que senti ao reencontrar minha primeira revistinha de eletrônica, oculta inadvertidamente durante muitos anos, entre velhos livros de filosofia. Além da boa surpresa, encontrei certa lógica neste acaso. Daqui a pouco explico esse “insight”. Pois a tal revistinha fazia parte de uma coleção lançada nos anos 80 pela “Editora Saber”. Trazia o título “Experiências e Brincadeiras Com Eletrônica.”  O autor era Nilton C. Braga .  Muitas vezes aproveitei o troco do pão para investir naquele conhecimento. Desfolhei a antiga revista e encontrei projetos “sensacionais” como as pilhas feitas com limão ou moedas.  Imagine só, poder montar em casa, com meia dúzia de peças, um “timer” que utilizava o então moderníssimo circuito integrado. Uau! Mal comparando é como se hoje, um garoto de 14 anos tivesse nas mãos as peças e o passo-a-passo para montar em casa um iPad.   N

O rádio II

Imagem
Eu estava decidido a entrar para uma Rádio. Mas antes disso, entrei para "o" rádio. Literalmente. Alguns valvulados antigos eram do tamanho de um fogão e certamente comportavam uma pessoa de estatura mediana como eu. Julho de 1982. Rolava a bola na copa do mundo da Espanha. Eu estava no período de férias escolares. Na época os ensinamentos recebidos da família e dos professores seguiam uma cartilha de idéias radicais. Não havia meio termo. Por certo, uma influência da ditadura na qual ainda vivíamos e que não tardaria a aposentar o chumbo e o chicote. O mundo estava dividido entre comunistas e capitalistas. A Alemanha separada por um muro. A guerra fria cada vez mais quente. Eu, pré-adolescente, não tinha a dimensão dos "apartheids" raciais e sociais muito além do horizonte em meu universo interiorano.  Naqueles dias de eletrônica analógica, eu vagava pela casa em busca de alguma sarna para me coçar. Cavoquei na caixa de ferramentas que meu pai guardava no sótão