O orgulho é cego aos próprios erros. Telescópico às falhas alheias. Surdo às desculpas. Mudo em perdão. Não se toca. É fonte de egoísmo, presunção, arrogância, indiferença. A vaidade é o orgulho maquiado, travestido, “botoximizado”, com bico de pato. É o centro do palco. O aplauso. O flash. O close. A manchete. A capa. A primeira página. A vantagem. A ostentação. A auto-estima no Everest. Mas a vaidade é mundana. Depravada. Lasciva. Ela também se entrega com máscara e fantasia aos deserdados do orgulho. Ao iludido. Ao rejeitado. Ao solitário. Ao miserável. Ao perecível. Ao efêmero. Ao sem noção. À baixa-estima. Ao tonto poderoso. Ao torto no Photoshop. Orgulho e vaidade não são herméticos nem blindados. Quando desmascarados, invadidos, assaltados; reagem ferozes, durante milênios. Um dia, vencidos, cansados, fecham-se em crisálidas, lado a lado. Na clausura da metamorfose, retomam força e poder. No romper do casulo, os seculares parceiros se veem presos num só corpo, siameses,